O professor de Educação Especial
Müller e Glat (2007) referem-se à especificidade do professor de Educação Especial, a uma dificuldade acrescida em se ser professor de Educação Especial, devido à “multiplicidade de papéis que se vêem obrigados a desempenhar” (p. 43). Talvez por isto – e muito mais – Pellerin (2007) afirme que existe uma grande probabilidade de o professor de Educação Especial deixar de o ser ao longo dos primeiros cinco anos. Mamlin (2012) também reporta a falta de professores de Educação Especial nos EUA – em quantidade e em qualidade, esclarece Pellerin (2007). Nos EUA, em cada ano, 20% abandonam a escola pública, contra 12-13% dos professores do ensino regular (McArthur, 2008).
Existe, de facto, como para cada profissão, ou área dentro da mesma profissão, um perfil próprio. No caso da Educação Especial, como afirmam Müller e Glat (2007), as qualidades mais importantes desse professor têm mais a ver com “atributos de personalidade” (p. 4) do que com “a formação ou a qualificação profissional”. Acrescentaríamos que, de entre estes atributos de personalidade, terá de constar o desejo e a procura constantes por formação e qualificação profissional. Porque este é um mundo imenso em movimento contínuo. E as implicações do nosso, professores de Educação Especial, (não) agir poderão ser, cremos, maiores.
Costley (2013) considera que “One of the key elements for a successful inclusion program is the positive attitudes of the teachers” (p. 2). Sendo, como cremos, o professor de Educação Especial o promotor maior do princípio da Inclusão de uma escola, sempre que possível, para todos (salvaguardando casos de Dificuldades Intelectuais e Desenvolvimentais graves/severas ou profundas e o caso particular das pessoas surdas – como defende Baptista, 2007), o seu papel deverá ir para além do apoio a alunos com necessidades educativas especiais. Isto significa que do perfil do professor de Educação Especial deverá fazer parte um conjunto de características, pessoais e outras, que o faça, por exemplo, propor projetos para o desenvolvimento de competências várias também para outros alunos – porque o princípio da Inclusão não se circunscreve aos alunos com necessidades educativas especiais (NEE).
Fátima Almeida*2013